Noite fodida, sono perdido. Vacas, elas praticamente me obrigaram a ir a tal festinha na casa de não sei quem no domingo passado. Insistiram tanto, me convenceram. Mas, eu precisava. Minhas amigas sempre sabem a melhor hora de invadir minha casa. Além do mais, meus pulmões precisavam de ar, e eu tava achando que meu fígado tava pedindo álcool. Em finais de semanas normais, eu jamais estaria dialogando com meus órgãos. Aquele lugar não era estranho, tinha muita gente, muitos caras. Uns até que eram bonitinhos, mas eu tinha uma síndrome chamada “acho que vi um cara parecido com ele ali”, eu supero isso. Me contaram que eu dancei, e que não foi nada discreto (eu ainda to rindo disso). Eu não costumo lembrar das besteiras que eu faço, exceto uma: Ter namorado com o ele. Mas isso já não era uma besteira, era um tipo de karma, sei lá. No meio da noite eu tava falando demais e pensando de menos. O que era estranho, porque eu adorava pagar de esperta. Eu não era uma imbecil, mas não era grandes coisas também. E toda festa tem aqueles garotos que te secam até você olhar pra cara deles. Eu não me responsabilizei por nada que eu fiz naquela noite. Eu também não tinha que ser tão certinha assim, tudo o que eu sabia era que estar no meio daquele monte de gente era confortante de algum jeito… Pelo menos pra ele sempre foi. Aí eu me dei conta de que tava tentando parecer com ele. Não era uma vingancinha tosca, eu queria sentir como ele. Tudo o que eu tava fazendo tinha um certa ligação com ele. Eu sei disso porque não me lembro do nome do cara, mas eu lembro que chamei pelo nome errado. Merda, eu disse “Você ta tão baixo, levanta” ele não era quem eu tava pensando, e ele sabia disso. Por que ele disse em seguida “Seu lugar não é aqui” e eu também sabia disso. Eu não via graça naquele lugar, música alta, aquelas luzes fortes me deixando atordoada. Eu até quis voltar pra casa, mas minhas pernas já não me obedeciam. Antes de apagar, eu encostei em um canto e chorei. Eu não sabia se tava triste, se tava alegre. Se eu tava com dor de cotovelo, ou se eu era uma bêbada ridícula. Eu não me encaixava naquele lugar, naquele momento eu não me encaixava em lugar nenhum.
Voce lá me elogiando, mas não fica atrás não rs
ResponderExcluirSeus textos são lindos, da pra perceber que são escritos por uma mulher madura, e adorei o jeito com que voce escreve, até parece poesia! :*