quarta-feira, 20 de junho de 2012
Sobre "Eu já"
Eu já recusei conselhos.
Eu já desejei a morte dos meus próprios pais.
Eu já fiquei na cama esperando o fim do mundo.
Eu já confundi paixões passageiras com amores eternos.
Eu já dei risada de piadas que eram tão ruins que me pareceram engraçadas.
Eu já inventei uma doença pra não sair de casa.
Eu já considerei a vida uma droga.
Eu também já me considerei a pessoa mais feliz do universo.
Eu já achei que amizades eram pra vida toda.
Eu já vivi pelas distancias.
Eu já sorri pra não chorar.
Eu já chorei de raiva.
Eu já briguei com quem amava, e me arrependi.
Eu já amei quem me odiava, e aprendi.
Até amei escondido, mas desisti.
Eu já fui a pior amiga que alguém poderia ter.
Eu já me arrependi de acertos que pratiquei.
Eu já me orgulhei de erros que cometi.
Eu já acertei com o mundo inteiro contra mim.
Eu já tive 15 anos.
Agora a vida fala, e eu respondo por mim.
Meus pais nunca estiveram tão errados.
Viver de eternidade é regar ilusões.
A gente tem o que se esforça pra ter.
Se o problema não é sede, não espere que a solução caia do céu.
Tudo nessa vida acaba, mas o que é verdadeiro permanece vivo no coração.
Talvez eu ainda não saiba o que quero dessa vida.
Mas ainda acredito no amor.
Mesmo que eu continue cega pra muita coisa, eu aprendi com o pouco que vi,
A vida é uma professora assassina, ela ensina, ou você aprende, ou você morre.
Já vi muita gente chorando por causa dessa vida,
Mas afinal, não tenho a quem culpar,
Ninguém disse que seria fácil.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
— Obrigada por tudo, babaca…
“Pra você ver, como um ano passa rápido." A queda foi feia, realmente. Na hora que eu cai, juro que pensei que tivesse quebrado no mínimo umas quinze partes do meu corpo. O coração doía mais que tudo, quem olhasse pra mim descobriria que eu estava totalmente estraçalhada por dentro. Porra, eu chorei tanto, achei que não fosse capaz de sair de casa por um mês… No entanto, não foi bem assim. Que a dor foi grande, ela foi. Que eu preferia nunca ter passado por aquilo, é verdade, mas tudo aconteceu né? Era uma coisa simples e fácil de entender, não era algo que eu pudesse escolher. Ou eu te esquecia, ou eu te esquecia. Não tinha pra onde correr, aquilo, a tua presença, as tuas promessas que nunca se cumpriram, a minha fé cega de que um dia você tomaria vergonha na cara e viraria o tipo de cara certo pra mim, estava acabando comigo, literalmente. A culpa não foi só sua, pra falar a verdade, acho que ninguém teve muita culpa nisso. Eu achei demais, você falou demais, pra no fim nem um nem outro ter razão. Foram tantas conversas, juro que pareceu que nós nos conhecíamos há anos pra mim. Como se eu tivesse gostado de você a vida toda, como se cada dia durasse um mês e que cada mês durasse um ano. Seria muita hipocrisia da minha parte dizer que te conhecer foi a pior coisa que me aconteceu, afinal, quem me ensinaria tanto? Mesmo sendo esse babaca que tu é, e pelo visto sempre vai ser, obrigada; por todas as vezes que você me fez chorar. Obrigada por todas as vezes que você disse que gostava e se importava comigo sem dar a mínima, de verdade mesmo. Eu acho que se tivesse sido diferente eu nunca saberia como as pessoas realmente são já que a ingenuidade sempre me derrubou, mas contigo o tombo foi tão feio e doloroso que eu aprendi a manter os pés firmes no chão. Como eu mesma te disse uma vez, “Ás vezes a gente muda e nem percebe”. Eu mudei, mudei pra caralho e não pretendo voltar a ser o que era antes. Eu deixei de ser aquela menina boba e apaixonada. Cansei de tentar levantar todo mundo, tem gente que tem q ficar no chão pra poder criar coragem de levantar. E eu devo tudo isso a você que eu tanto quis bem, eu devo isso a você que tanto me fez mal, eu devo toda a minha força a você que partiu meu coração em mil pedaços e praticamente disse: “Vai boba, agora se vira e arruma essa bagunça que eu fiz”. E eu consegui, felizmente eu consegui deixar quase tudo no lugar, quase tudo, pois eu já não me recordava de como era antes, e nem fazia questão. O importante é que tudo se ajeitou, e agora ta mais do que na hora de dizer que: “Um ano passou rápido, mas ainda sim eu não me esqueci de te parabenizar pelas mágoas e pedir desculpas por ter te tirado da minha vida, mas pra falar a verdade… É ai mesmo que você deve ficar, longe de mim, e do meu coração que finalmente esqueceu teu nome, teu rosto, tua voz, e qualquer outra sinal teu.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Me apaixonei por uma desgraça
Sinto saudade da gente junto, e a cada dia que o telefone não toca eu vejo que você anda se virando melhor sem mim. Eu até tenho tentado fazer o mesmo, mas é que às vezes, me machuca tanto que eu preciso dizer que eu ainda penso a cada minuto no que poderia ter sido. A cada segundo morre parte de mim que era tão seu. O tempo vai enterrando no passado todo aquele amor, mesmo que ele não morrido, apesar, acho que nada morre até que o luto seja por mim. Talvez seja a minha felicidade me provando que eu jamais deveria ter colocado ela nas mãos de uma pessoa, mais cedo ou mais tarde as pessoas resolvem partir, e quando você resolveu, nenhum outro toque me faz enxergar momentos que não aconteceram. Talvez seja a vida me mostrando a inutilidade de me apegar tanto a alguém que se contenta com menos do que poderia ter. Você pediu pra me perder, e eu não consigo mais me encontrar. A cada minuto que passa, eu escuto você me dizendo que consegue ser feliz sem as nossas madrugadas juntos, tentando me fazer acreditar que não era amor, e que eu sou apenas mais uma louca apaixonada testando os limites do sofrimento humano, mas não. Eu sei bem o que eu sentia quando você estava por perto. Você sempre me dizia que logo apareceria outra pessoa capaz de me amar do jeito certo, mas era o seu jeito errado que me completava. Mas eu desisti dessa vez, não desisti de nós, desisti de me calar, nenhum silêncio consegue definir o que eu tenho pra dizer, mesmo que você não queira me escutar, eu escrevo. Assim eu poupo seus ouvidos e evito ouvir aquela voz dizendo que não tem mais jeito.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
porque eu escrevo?
Escrevo por sabe-se lá o que. Escrevo porque gosto. Escrevo porque sinto que em palavras fica mais bonito. Escrevo porque a covardia nunca me deixou dizer. Escrevo porque não conseguiria observar tantos fatos e não contar para ninguém. Escrevo como refúgio. Escrevo porque já passei noites em claras chorando sem ter para quem contar. Escrevo porque me faz bem. Escrevo porque devo ter um ar de poeta no meu sangue. Escrevo porque embora eu não saiba ás vezes do que estou falando, algumas pessoas conseguem me entender. Escrevo porque as coisas simplesmente parecem mais fáceis quando estão presas em um papel. Escrevo porque sou boba ao ponto de achar divertido. Escrevo porque já me decepcionaram muito, e hoje eu escrevo. Escrevo por experiência, escrevo como lição. Escrevo quando não tenho nada para fazer e escrevo quando minha vida parece uma bola de neve. Escrevo triste, escrevo feliz. Escrevo porque alivia. Escrevo porque lá no fundo eu sei que alguém está passando pelos mesmos problemas que eu. Escrevo porque não dói. Escrevo pensando que talvez as pessoas possam acreditar. Escrevo por todas as vezes que andei sozinha. Escrevo porque sorri. Ah borboleta passou, tão bela, ai eu vou lá e escrevo. Escrevo porque a vida me surpreende, escrevo meio louca, meio que sem um por que. Escrevo porque amo, escrevo porque choro. Escrevo por tantos anos que passei calada, escrevo por que me magoaram, escrevo porque já aprendi muita coisa. Escrevo porque sinto que todas as vezes que eu acordo é por se quer uma razão. Escrevo meio torto mesmo, escrevo sem nexo. Escrevo porque nem todo mundo vai ler, e isso me deixa feliz. Escrevo para ele. Escrevo porque queria escrever junto, ou sozinha. Escrevo porque gosto, e quando deixo de gostar também. Escrevo porque não sou a melhor pessoa que conheço. Escrevo porque me odeio. Escrevo porque gosto de mim. Escrevo pelo presente, e escrevo porque faz falta. Escrevo quando fica, e quando vai embora. Escrevo porque gosto do pouco. Escrevo porque acordei diferente. Escrevo porque me renovo a cada dia, escrevo por que ainda existem os dias. Escrevo porque me completa. Escrevo por competição. Escrevo por vocação. Escrevo porque sou boba ao ponto de achar que alguém vai ler. Escrevo porque cai bem. Escrevo porque o sol ainda brilha. Escrevo pelo romantismo, e escrevo também pela falta dele. Escrevo porque disseram que eu não conseguiria, escrevo para provar o contrário. Escrevo porque ainda consigo amar. Escrevo pelos que não amam mais. Escrevo por todos que já morreram, escrevo pelos que ainda tem que viver. Escrevo porque isso me alimenta. Escrevo porque me sustenta. Escrevo porque compreendo a mim mesma. Escrevo porque não saberia dizer. Escrevo porque no fundo eu sei que é melhor assim. Escrevo porque estou com fome, escrevo porque amanheci com dor. Escrevo porque amo, amo o que eu faço. Escrevo porque me inspiro. Escrevo porque meu sonho é escrever. Escrevo mesmo que talvez você não leia, escrevo porque me apraz. Escrevo por pura covardia, escrevo porque sou infeliz. Escrevo porque mudo de ideia muito fácil, escrevo para ter recordações. Escrevo porque já me pediram. Escrevo porque desanimo fácil. Escrevo porque me apego fácil. Escrevo para aprender desamar. Escrevo porque tenho riso fácil. Escrevo porque não amo mais. Escrevo porque me atrai, escrevo porque sinto que faço o melhor. Escrevo porque não escrevo. Escrevo porque sinto que isso me deixa mais perto da perfeição. Escrevo porque é um dom. Escrevo porque escrever é para poucos. Escrevo para você, e espero que você entenda.”
Posso te garantir que quando dizem “vai passar” estão mentindo.
Já sofri muito nessa vida, já errei muito, e hoje eu sou mais esperta. Já amei quem não me amava, e chorei sozinha no quarto, mas não a dor que não se cure com um abraço, e não a amor que não vá embora com uma coite embriagada em um bar. O problema da vida é tentar sarar uma ferida abrindo outra, desiste, isso nunca vai dar certo. Teve certo tempo da minha vida, em que eu odiava ser consolada, estava mal e não havia ninguém que pudesse me fazer sentir melhor, até que encontrei alguém, alguém que me completava e me abraçava nos dias frios. Aquele abraço era o lado bom da vida, mas para valorizá-lo eu precisava viver. E que engraçado, pra viver eu precisava perdê-lo. Porque eu sabia que no fundo, com a angustia toda que eu carregava dentro de mim, ninguém poderia ser feliz ao meu lado. E mesmo eu sabendo que precisava de alguém, meu altruísmo falava mais alto, e eu sempre deixava partir, mesmo que doesse. Acho que as pessoas só são interessantes e maduras na minha imaginação, que cá entre nós, sempre foi muito atordoada. Mas ele era, ele era comum, mas um comum diferente. Um comum que me fazia passar noites acordadas, sonhando acordada. Fazia-me imaginar o quanto perfeito era as nossas bocas se entrelaçando, ele me fazia feliz. Hoje eu não o quero, e não quero mais ninguém. Não quero amar, e nem ser amada, não quero ser feliz e nem ser triste, quero ser apenas eu, aquele eu meio desligada que eu sempre fui. Já tentei mandar muito nessa vida, já tentei pintar o céu da minha própria cor, e nunca deu certo, o meu jeito nunca se quer foi o certo. Nada no mundo mudava quando eu era feliz, nada se mexia, as coisas era as mesmas, e agora eu mudei, e as coisas continuam sendo as mesmas. Eu só precisava me amar mais um pouquinho, esquecer toda aquela besteira de só amar quem te ama, e distribuir um pouco de mim por aí. Mas agora não tem mais o que ser distribuído, quem vai querer guardar recordações de alguém que só fracassou na vida. Estou meio confusa, não sei o que culpar, não sei se culpo a dor, o amor, ou me culpo. Mas alguma coisa tem que ser responsável pelo meu fracasso. O meu ultimo amor tinha sérios problemas, era torto, meio errado, mas mesmo assim eu o amava. E passei muito tempo da minha vida acreditando que um dia iria esquecer, iria deixar de lembrar, deixar de amar… E acredite, eu amo pouco, mas ainda amo. Porque essas coisas da gente não tem jeito, por mais que tentamos se felizes de outra forma, nunca vai dar certo. É por isso que existem por ai muitos que ainda sofrem, muitos que ainda passam por situações que jamais vão ser esquecidas, e só sabem lamentar. Eu passei muito tempo da minha vida lamentando, lamentava tudo. Acordei em dia de chuva, eu lamentava. O sol estava muito forte, eu lamentava. O amor não era correspondido, eu lamentava também. Mas como todo ser humano frágil, um dia eu também cansei. Cansei de acordar todos os dias querendo ser amada, cansei de tentar agradar a todos, cansei de querer ser melhor, eu era o que era, e ninguém podia fazer nada a respeito. Aquelas tardes perfeitas eu nunca vou esquecer, e as ruins também não. Nunca vou me esquecer de quem me amou, e quem não me amou eu também vou lembrar. Consegue me entender? Não podemos simplesmente apagar algo ou alguém de nossa memória, chegou uma vez, vai fica para sempre. Por isso devemos ter cuidado, não apenas com quem deixamos entrar, mas devemos ter cuidado de não magoar também, pois assim como entram e sai da sua vida, você pode estar saindo da vida de alguém. Eu sai muito, magoei muito, bati muitas portas na cara, e me arrependo, pois a dor é algo que levamos conosco pro resto da vida, e eu lembro de cada “oi” que não foi correspondido, machuca muito. Mas fazer o quê? Somos tolos o suficiente para não perceber o quanto fazemos mal pra nós mesmo, e continuamos assim, tentando esquecer-se de algo que sempre nos fará lembrar.
Um maço de cigarro Marlboro, por favor, até ontem eu não fumava.
O senhor da venda perguntou, acho que ele desconfiava da minha pouca idade. Na verdade eu não tinha, nunca gostei de certezas, e na epoca nem gostava de cigarros, mas como qualquer outra droga, eu tinha que experimentar. Acho que no fundo eu estava fazendo a coisa errada, não me refiro ao maço de cigarro, nem se quer eu fumei, estou falando do fato de eu desistir tão fácil das coisas. Eu sempre fui muito idiota, as pessoas me enxergavam idiota e nunca fiz nada para mudar essa visão. Mas dane-se, eu estou cansada. O amor, droga, em geral me cansa. Acho incrível o potencial que as pessoas tem para fingir, fingem serem felizes, fingem que gostam, fingem que está bonito, fingem até que amam. Mas eu nunca consegui fingir, deve ser por isso que sou a única alma solitária escrevendo sobre o quão ruim o amor é, e toda essa baboseira. Passei a maior parte da minha vida sorrindo sem estar feliz, cumprimentando quando na verdade nem queria falar, mas não sei se você me entende, isso nunca foi fingimento. Era muito além, eu queria que as pessoas não vissem o quanto eu estava infeliz, pois nada é pior do que olhares de pena. “Tadinha!” “Coitada!” “Que dó!” “Pobre moça!” “Devia ajudar ela…” Tenho que dizer uma coisa, encare como uma confissão, palavras de consolo me enoja. E quase ninguém percebe isso. Mas tudo bem, eu supero. Já superei tanta coisa nessa vida, tantos amores mal amados, olhares não retribuídos, dúvidas que eu carrego até hoje. Mas eu sei que dói, dói muito. Dói tentar esquecer, dói tentar corresponder, dói não ser amado, dói quando se é esquecido, dói quando se quer o que não tem, dói ter pela metade, o frio dói, em todos os sentidos. O dia claro quando bate nos olhos dói, abrir os olhos dói, dói enxergar a verdade, e dói viver completamente iludida. Ah, qual é? Você sabe muito bem que poderíamos passar horas só citando aquilo que machuca, aquilo que dói, mas quer saber não vale a pena. Porque ser feliz é mais fácil, mais barato, uma pena que passe tão rápido. Mas temos 24 horas, sim, todos os dias, vamos gasta-lo tentando ser alguma coisa, alguma coisa que preste, porque de lixo o mundo já está cheio. Podem me mandar calar a boca, morrer, sumir, sei lá, mas eu sempre falo o que tenho que falar. O mundo está perdido mesmo, você sabe. A política é um merda, a televisão é uma merda, ninguém mais lê, não vejo diferença entre policiais e bandidos e estamos acomodados. Mas dane-se. Eu não posso mudar o mundo. Só queria te pedir um pouquinho de atenção, um pouquinho de amor, só queria que você amasse. Amasse a si mesmo, pois que sabe se salvarmos um por um, não voltamos a ser o que se pode chamar de seres humanos racionais. E como diria meu amigo Cazuza: “Nada nesse mundo é nunca mais.”
— Eu não fumei aquele dia, nem sabia se aquela marca era a melhor.
— Eu não fumei aquele dia, nem sabia se aquela marca era a melhor.
Michelle Sampaio
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